quarta-feira, 21 de maio de 2008

Pesquisa mostra que meninas podem ter mais facilidade em aprender idiomas

Uma nova pesquisa, publicada na revista especializada Neuropsychologia, afirma que as meninas apresentam habilidade superiores em idiomas devido à maneira como as palavras são processadas.
As garotas que completaram uma tarefa envolvendo habilidades lingüísticas demonstraram maior atividade em áreas cerebrais envolvidas especificamente na decodificação da língua, e que decifram informações de maneira abstrata. Já os meninos mostraram bastante atividade em regiões cerebrais ligadas ás funções visuais e auditivas, dependendo do jeito com que as palavras eram apresentadas durante o exercício.
Apesar de informações lingüísticas irem diretamente para o local onde se processam idiomas no cérebro feminino, os homens usam um maquinário sensorial para fazer boa parte do trabalho ao desemaranhar os dados. Por exemplo, durante uma aula, isso sugere que os meninos precisam aprender a língua tanto no aspecto visual (com um livro-texto) quanto no aspecto oral (uma exposição do professor) para realmente assimilar o assunto, enquanto as meninas podem aprender os conceitos por meio de qualquer um desses métodos.
Através do monitoramento da atividade cerebral de um grupo de crianças - 31 meninas e 31 meninos, de 9 a 15 anos de idade - e o uso de imageamento funcional por ressonância magnética, a equipe conseguiu apontar as diferenças entre os sexos. Enquanto isso, os participantes também realizavam tarefas relacionadas à linguagem. Nos exercícios, duas palavras eram mostradas ou ditas para as crianças; elas tinham que determinar se a dupla de palavras era escrita de maneira similar (omitindo a primeira consoante, como em "pina" e "tina") e se rimava (como em "gato e "pato"). Em alguns dos casos, as palavras, como por exemplo "jazz", não se encaixavam sob nenhum critério.
Segundo o co-autor do estudo, Doug Burman, pesquisador associado no departamento de ciências e transtornos da comunicação da Northwestern University, a equipe constatou maior atividade nas chamadas "áreas de linguagem" nos cérebros das meninas que entre os meninos. As áreas incluíram o giro temporal superior (envolvido na decodificação de palavras ouvidas), o giro frontal inferior (ligado ao processamento de palavras) e o giro fusiforme, que ajuda a soletrar e determinar o significado das palavras. A ativação das últimas duas estruturas, em particular, pareceu estar ligada à maior precisão das garotas no idioma. Burman adianta que a próxima pesquisa será para saber se essa habilidade das meninas diminui com a idade, o que ressalta pesquisa anteriores que sugeriam que o ritmo mais lento dos meninos no aprendizado de idiomas desaparece na idade adulta.
Notícia retirada da fonte:Scientific American Brasil
Por Carla Destro para RedePsi