segunda-feira, 19 de maio de 2008

Estudo diz que solitários têm o dobro de risco de Alzheimer


Um estudo realizado nos Estados Unidos sugere que pessoas solitárias têm o dobro do risco de desenvolverem o mal de Alzheimer. Em artigo na publicação especializada Archives of General Psychiatry, os cientistas disseram que a razão para a ligação entre isolamento e o mal de Alzheimer ainda não foi esclarecida.

Mais de 800 pacientes idosos participaram da pesquisa. A saúde de cada um deles foi acompanhada durante o período de quatro anos. Foi avaliado também, através de questionários anuais, o grau de isolamento de cada um. Com base nas respostas, os pesquisadores davam notas para os participantes, de acordo com seu "grau de solidão". Entre as opções de respostas, algumas eram "sinto uma sensação geral de vazio" e "me sinto freqüentemente abandonado". Também foi verificado se os participantes do estudo apresentavam sinais de demência e mal de Alzheimer.

Autópsias realizadas em 90 pacientes que morreram durante o estudo encontraram sinais fisiológicos associados ao mal de Alzheimer, tais como depósitos de proteína em volta de células nervosas. A equipe descobriu também que o risco de desenvolver a doença aumentou consideravelmente entre os participantes que tinham notas mais altas na tabela de "grau de solidão". O risco aumentava em 51% a cada ponto da tabela. Os que apresentavam a nota máxima - de 3,2 - tinham 2,1 vezes mais risco de desenvolver o mal em comparação com os que tinham a nota mais baixa - de 1,4.

Quando os pesquisadores se concentraram em fatores de isolamento social, como por exemplo o tamanho da rede social do paciente, o resultado não foi muito diferente. No entanto, não foi possível associar solidão e a patologia cerebral ligada ao mal de Alzheimer.

Segundo o chefe da pesquisa, Robert Wilson, os resultados descartam a possibilidade de que a solidão seja uma reação demência. Pode ser que a solidão afete sistemas no cérebro que lidam com a obtenção de conhecimento e a memória, tornando as pessoas sozinhas mais vulneráveis aos efeito da deterioração das vias neurológicas ligadas à idade avançada.

A falta de convívio social já foi relacionada, em pesquisas anteriores, ao desenvolvimento de demência, mas esta é a primeira vez que os pesquisadores procuraram avaliar o grau de solidão das pessoas.

fonte: Rede Psy