
Os remédios que aumentam o poder cognitivo, criados para tratar doenças como o Mal de Alzheimer, têm o potencial de melhorar atividades como memória, atenção ou velocidade de pensamento em pessoas saudáveis, afirma o relatório da Academia Médica de Ciências sobre cérebro, vício e drogas.
Segundo o principal autor do relatório, Sir Gabriel Horn, da Universidade de Cambridge, “os avanços recentes e contínuos de nosso conhecimento sobre como o cérebro funciona vão levar a um aumento no número de drogas psicoativas".
"Essas drogas poderão ser usadas como remédios para tratar doenças mentais como depressão, desordem bipolar ou vício em drogas, ou para melhorar a performance do cérebro”.
Os cientistas temem, no entanto, que os medicamentos sejam usados por pessoas saudáveis para melhorar sua capacidade física.
A academia pede ao governo e órgãos reguladores que monitorem de perto o uso desses remédios por pessoas saudáveis, como estudantes fazendo exames ou funcionários que queiram melhorar seu desempenho no trabalho.
“Nós vemos semelhanças no uso futuro dos remédios que aumentam o poder cognitivo com o atual uso de drogas que melhoram a performance física no esporte".
"É provável que o uso desses remédios propicie uma análise sobre os impactos social e econômico, permitindo ao governo considerar regulações ‘localizadas’ sobre o uso nas escolas, universidades e locais de trabalho”, recomenda o relatório.
Os remédios hoje existentes não melhoram muito a capacidade cognitiva de pacientes com Alzheimer e há poucas evidências sobre seu efeito em pessoas saudáveis, “mas a quantidade de remédios disponíveis na Internet já encoraja os curiosos e esperançosos a experimentá-los”, afirma o documento.